Reator biológico

Um reator biológico ou biorreator corresponde a um volume onde decorrem reações biológicas[1], são muito utilizados na biotecnologia, comumente para a produção de: vacinas, hidrogênio, vinagre, hormônios, bebidas alcoólicas, alimentos fermentados, remédios e muitos outros produtos.

Tipos de Biorreatores

Existem diversos tipos e classificações para biorreatores[2], para cada processo há a necessidade de escolher diversos parâmetros e a combinação destes leva a escolha das características do biorreator.

Algumas subdivisões de tipos de biorreatores e suas características são apresentadas a seguir, ressalta-se que o modelo escolhido para cada processo pode vir a ser uma combinação de vários deles:

Presença de oxigênio

De acordo com a presença de oxigênio, um biorreator pode ser classificado como:

  • Aeróbio - quando as reações biológicas decorrem na presença de oxigênio livre ( O 2 {\displaystyle O_{2}} );
  • Anóxico - quando as reações biológicas decorrem somente na presença de oxigênio combinado (e.g.: N O 3 {\displaystyle NO_{3}} ). As bactérias aeróbias têm de romper as ligações do oxigênio com outros elementos para se oxigenar;
  • Anaeróbio - quando as reações biológicas decorrem na ausência total de oxigênio. Estas reações biológicas são promovias por bactérias anaeróbias estritas ou bactérias anaeróbias facultativas.

Modo de funcionamento

  • Batelada
  • Batelada alimentada
  • Contínuo

Sistema de agitação

Modelo

  • Digestor anaeróbio de fluxo ascendente
  • Estado Sólido
  • Fibra Oca
  • Fotobiorreator
  • Leito Fixo
  • Leito Fluidizado

Modelos Hidráulicos

Os reatores biológicos obedecem a diferentes modelos hidráulicos:

  • Modelo de fluxo Pistão - A difusão lateral e a mistura podem ser nulos, isto é, uma dada massa do liquido passa através do reator sem que ocorram processos de mistura no seu percurso[4].
  • Modelo de Mistura completa - O conteúdo do reator é homogêneo e igual concentração do efluente[4].
  • Modelo de escoamento disperso - Modelo que tem um comportamento misto entre o de fluxo pistão e mistura completa.
  • Batch - Modelo em que o afluente permanece no reator em estágio durante algum tempo e depois é descarregado.

Modelo de Fluxo Pistão

S e = S a e k t {\displaystyle S_{e}=S_{a}\cdot e^{-k\cdot t}}

Onde,

  • S a {\displaystyle S_{a}} - concentração de substrato à entrada do reator, m g L {\displaystyle {\frac {mg}{L}}} ;
  • S e {\displaystyle S_{e}} - concentração de substrato à saída da lagoa, m g L {\displaystyle {\frac {mg}{L}}} ;
  • t - tempo de retenção hidráulica;

Modelo de Mistura Completa

S e = S a 1 + k t {\displaystyle S_{e}={\frac {S_{a}}{1+k\cdot t}}}

Para o caso de reatores em série :

S e = S a ( 1 + k t ) n {\displaystyle S_{e}={\frac {S_{a}}{\left(1+k\cdot t\right)^{n}}}}

Onde,

  • n - número de reatores iguais em serie;
  • t - tempo de retenção hidráulico por reator.

Modelo de Escoamento Disperso

S e = S a ( 4 a e 1 2 d ( 1 + a ) 2 e a 2 d ( 1 a ) 2 e a 2 d ) {\displaystyle S_{e}=S_{a}\cdot \left({\frac {4\cdot a\cdot e^{\frac {1}{2\cdot d}}}{\left(1+a\right)^{2}\cdot e^{\frac {a}{2\cdot d}}-\left(1-a\right)^{2}\cdot e^{-{\frac {a}{2\cdot d}}}}}\right)}

a = 1 + 4 k t d {\displaystyle a={\sqrt {1+4\cdot k\cdot t\cdot d}}}

d = D U L {\displaystyle d={\frac {D}{U\cdot L}}}

Onde,

  • n - número de reatores iguais em serie;
  • t - tempo de retenção hidráulico por reator;

Valores típicos de D U L {\displaystyle {\frac {D}{U\cdot L}}} para diversas unidades de tratamento águas residuais :

  • Tanque de sedimentação - D U L {\displaystyle {\frac {D}{U\cdot L}}} = 0,2-2,0
  • Tanques de arejamento de lamas ativadas :
    • Longo (plug flow) - D U L {\displaystyle {\frac {D}{U\cdot L}}} = 0,1-1,0.
    • mistura completa - D U L {\displaystyle {\frac {D}{U\cdot L}}} = 3,0-4,0$ e superior.

Lagoas:

  • Tanques em série e tanques longos - D U L {\displaystyle {\frac {D}{U\cdot L}}} = 0,1-1,0.
  • Tanques simples - D U L {\displaystyle {\frac {D}{U\cdot L}}} = 3,0-4,0 e superior.

Lagoas arejadas:

  • Retangulares - D U L {\displaystyle {\frac {D}{U\cdot L}}} = 0,2-1,0.
  • Quadradas - D U L {\displaystyle {\frac {D}{U\cdot L}}} = 3,0-4,0 e superior.
  • Valas de Oxidação - D U L {\displaystyle {\frac {D}{U\cdot L}}} = 3,0-4,0 e superior.

Critério empírico para estimar o valor do coeficiente de dispersão D:

Para lagoas e tanques com largura superior a 30 m :

  • Com separadores, D = 33 L {\displaystyle D=33\cdot L}
  • Sem separadores, D = 16 , 7 L {\displaystyle D=16,7\cdot L}

Para lagoas e tanques com largura inferior a 10 m :

  • Com separadores, D = 11 L 2 {\displaystyle D=11\cdot L^{2}}
  • Sem separadores, D = 2 L 2 {\displaystyle D=2\cdot L^{2}}

onde,

  • D - Coeficiente de dispersão ( m 2 h ) {\displaystyle \left({\frac {m^{2}}{h}}\right)}
  • L - largura, (m)

Fonte

  • Arceivala, S. J. (1981), Wastewater Treatment and Disposal (part I and II), Marcel Dekker, inc.
  • Metcalf & Eddy (2003), Wastewater Engineering - Treatment and Reuse, 4th Edition, MacGraw-Hill Inernatinal Edition.
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  • d
  • e
  1. Mandenius, Carl-Fredrik (2016). Bioreactors: Design, Operation and Novel Applications. [S.l.]: Wiley-VCH 
  2. «Biorreatores» 
  3. «BIORREATOR DE ESCOAMENTO EM VÓRTICES DE TAYLOR PARA CULTIVO CELULAR» 
  4. a b Oliveira, J. F. S (1995). A Lagunagem em Portugal - Conceitos Básicos e Aplicações Práticas. [S.l.]: Edições Universitárias Lusófonas