Rio Gorutuba

Rio Gorutuba
Comprimento 245 km
Nascente Francisco Sá
Altitude da nascente 1090 m
Foz Rio Verde Grande
Área da bacia 9862.7 km²
Afluentes
principais
Rio Ribeirão, Rio Água Quente
País(es)  Brasil

O rio Gorutuba é um curso de água do estado de Minas Gerais, Região Sudeste do Brasil. Nasce no município de Francisco Sá, em um local próximo à BR-251, percorrendo 245 km até sua foz no rio Verde Grande.[1] Banha os municípios de Francisco Sá, Janaúba, Porteirinha, Nova Porteirinha, Gameleiras e Jaíba, dentre os quais Janaúba é o mais populoso. Sua bacia hidrográfica conta com área total de 9 862,7 km² e abrange um total de 14 municípios.[1]

O referido rio potencializa a formação de areia quartzosa, bastante branca e límpida, normalmente aproveitada para a construção civil e de blocos de concreto — foram a base da pavimentação da cidade de Janaúba em meados da década de 1970 e ainda se vê no município. O rio tem seu serpenteamento meandrante por mais que o mesmo esteja dentro de uma depressão relativa, apresenta curso com acidentes pouco severos, o que lhe dá um aspecto quase plano, típico de um rio lótico.

Etimologia

Para Aderval Costa Filho (2008), o Rio recebe o nome de Gorutuba porque, para os nativos do vale observaram que muitos sapos "kururus", sapos grandes. O "Kuruatuba" cedeu sua etimologia ao nome do rio hoje chamado Gorutuba. Pires (1982) citado por Costa Filho (2008), aponta duas outras origens para o nome do rio e, claro, para a denominação do povo nativo do vale. etimologicamente o termo “Gurutuba”, identificando duas versões: a do professor Álvaro da Silveira, que atribui a raiz a curutuba: Cururu, "sapo", e tuba, rio, assim "rio dos rapos"; e a versão de Teodoro Sampaio em “O Tupi na Geografia Nacional”, onde Gurutuba seria uma corruptela de curú-tyba, seixal, pedregal ou rio dos seixos e calhaus. Segundo o autor, a etimologia correta parece estar com Teodoro Sampaio, dada a quantidade de pedregulhos, calhaus no seu curso superior, sobretudo na região de Santo Antônio do Gorutuba, hoje distrito de Catuni, município de Francisco Sá (Pires, 1982: 26). Veja que dentro dessa ideia, como se pode esperar para qualquer curso lótico (água em velocidade), a formação de granulometrias do tamanho de areias e maiores que as areias. Corrobora ainda com a inicial de que a base geológica do rio seja o quartzito. Para Walder Antônio de Albuquerque Nunes et all.,[2] o rio Gorutuba penetra em área de relevo aplainado da Depressão Sanfranciscana no domínio geológico do Grupo Bambuí, localmente representado por carbonatos de cálcio, margas, ardósias calcíferas, filitos e argilitos da Formação Paraopeba, constituindo sequências com predomínio de rochas carbonáticas intercaladas pelas pelíticas (BRASIL, 1982). Ainda para Walder Antônio de Albuquerque Nunes et all., apresenta carstificação intensa, onde o calcário se encontra coberto por aluviões e/ou por coberturas detríticas terciárias em relevo plano, muito permeáveis, o que favorece a recarga do carste. Isso significa que há a tendência de formação de solo mais intemperizados com maior quantidade de sedimentos com solúveis.

Aspectos socias e econômicos

É o principal rio do município de Janaúba, por onde gira toda a sua vida histórica, econômica e social. Foi represado para construção da Barragem Bico da Pedra, localizada a 6 km da sede municipal, com volume de 750 000 000 m³ de água que serve para exploração e irrigação de áreas do Projeto Gorutuba com aproximadamente 5 500 hectares, abastecimento de água para a cidade, lazer, irrigação e para lavadeiras, que o utilizam como fonte de sustento.[3] Alguns trechos do rio chegaram a secar completamente em 2015, durante uma seca severa, agravada pela extração clandestina do manancial para grandes produtores agropecuaristas.[4] No entanto, as águas voltaram a correr em janeiro de 2016, após a ocorrência de chuvas intensas.[5]

Ver também

Referências

  1. a b Santos, Ferreira E. e Ferreira M. 2017, p. 270
  2. http://www.dan.unb.br/images/doc/Tese_082.pdf
  3. Leite, Dias e Rocha 2015, p. 228–230
  4. Luiz Ribeiro (9 de julho de 2015). «Seca do Rio Gorutuba leva ribeirinhos a se armar contra captações clandestinas». Jornal Estado de Minas. Consultado em 31 de julho de 2019. Cópia arquivada em 31 de julho de 2019 
  5. Luiz Ribeiro e João Henrique do Vale (22 de janeiro de 2016). «Rio transborda com a chuva e fecha rodovia no Norte de Minas». Jornal Estado de Minas. Consultado em 31 de julho de 2019. Cópia arquivada em 31 de julho de 2019 

Bibliografia

  • Leite, Marcos Esdras; Dias, Lucimar Sales; Rocha, André Medeiros (maio de 2015). «Análise da ocupação no entorno da Barragem Bico da Pedra, no Município de Janaúba (MG)». Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes). Caderno de Geografia. 25 (44): 221–236. ISSN 2318-2962. doi:10.5752/p.2318-2962.2015v25n.44p.221. Consultado em 31 de julho de 2019 
  • Nunes, Walder Antonio Gomes de Albuquerque; Ker, João Carlos; Neves, Júlio César Lima; Ruiz, Hugo Alberto; Freitas, Guilherme Albuquerque; Beirigo, Raphael Moreira (setembro de 2005). «Qualidade da água de irrigação de poços tubulares e do rio Gorutuba na região de Janaúba-MG». Universidade Federal de Viçosa (UFV). IRRIGA. 10 (4): 403–410. ISSN 1808-3765. Consultado em 31 de julho de 2019. Cópia arquivada em 31 de julho de 2019 
  • Santos, Maria Tereza Pereira dos; Ferreira, Expedito José; Ferreira, Maykon Fredson Freitas (junho de 2017). «Estudo de caso da degradação ambiental do Rio Gorutuba no município de Francisco Sá» (PDF). Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes). Revista Cerrados. 15 (1): 265–284. ISSN 2448-2692. Consultado em 31 de julho de 2019. Cópia arquivada (PDF) em 31 de julho de 2019 
  • Costa Filho, Aderval.http://www.dan.unb.br/images/doc/Tese_082.pdf
Ícone de esboço Este artigo sobre hidrografia do Brasil é um esboço. Você pode ajudar a Wikipédia expandindo-o.
  • Portal de Minas Gerais
  • Portal do Brasil
  • Portal da geografia